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Formação Econômica do Brasil - Celso Furtado

Celso Furtado em Formação Econômica do Brasil

Depois de 1930, a indústria cresce mais do que a agricultura. Mas o Brasil é um país de colonização recente, quando comparado aos EUA e a Grã-Bretanha. Então, os ciclos do açúcar e do ouro não conseguiram impulsionar a industrialização; porém a crise do café conseguiu impulsionar.

1ª Parte: Contexto Mundial na criação do Brasil

O Brasil não tem ocupação de 1500 a 1530. A viabilidade econômica se deu pela introdução da empresa açucareira depois de 1530, pela experiência portuguesa na ilha dos açores.

Fatores de Produção:

  • Capital: capitais holandeses
  • Trabalho: trabalho indígena, substituído pelo escravo negro
  • Terra: fator mais abundante
  • Tecnologia: as ilhas do Atlântico já produziam açúcar

Europa e EUA produziam os mesmos gêneros alimentícios, pelo tipo de clima e posição geográfica.

A economia açucareira implantou-se na Costa Nordestina. A primeira interiorização do Brasil foi pelo Rio São Francisco. O Rio fornece água para fertilizar a terra e viabilizar alimentos e força motriz.

Complexo Econômico Nordestino: Pecuária + Açúcar

2ª Parte: Empresa Açucareira

Furtado idealizou a Sudene;

O fluxo monetário nessa economia açucareira é muito baixo. Boa parte é feita pelo escambo. Ausência de mão-de-obra assalariada;

Decadência com competição das Antilhas (Haiti e Cuba). o preço do açúcar cai e o Brasil não consegue competir tão bem com o açúcar antilhano. A fase mais dinâmica do açúcar encerra-se aqui.

Mão-de-obra com pouca capacidade técnica. A alternativa econômica é mais ágil de ser buscada quando há mão-de-obra assalariada, porém, como inexiste mão de obra assalariada, a economia é menos dinâmica, pois depende de mão-de-obra escrava.

3ª Parte: Ciclo do Ouro

Os minérios escoavam pelo porto do Rio de Janeiro, então o centro dinâmico é deslocado para o Sudeste.

O café surge na periferia do Rio de Janeiro, a Floresta da Tijuca é toda ocupada para produção de café.

Dessa forma, há maior integração econômica em todo o território nacional. A comunicação se dá por navegação de cabotagem e não por terra.

Fenômeno Demográfico:

Forte imigração de mão-de-obra europeia branca (perspectiva de ganho fácil, ou seja, deixar de ser pobre e virar rico rápido). Algumas pessoas voltam para a Europa, muitas outras fixam-se aqui no território nacional. Há menor concentração de renda e os barões do ouro são menos ricos do que os barões do açúcar. Apesar de ser menos rica do que a açucareira, no período de decadência há maior possibilidade de industrialização, pois o imigrante europeu não tem capacidade técnica.

Explicação para o Brasil não se industrializar nessa época começa no início do século XX, com a falta de capacidade técnica de mão-de-obra.

4ª Parte: Maranhão

Importante produção de algodão em dois períodos: Na Guerra de Independência (1776-1783) e na Guerra de Secessão (1861 - 1865). O sul dos EUA produz algodão para viabilizar a Revolução Industrial na Inglaterra. Porém, a Guerra de Independência interrompeu a produção norte-americana e o Maranhão se torna o grande produtor de algodão, mas a fibra é diferente.

Café: Periferia do Rio de Janeiro, no Vale do Paraíba, ao sul do Rio. E norte de São Paulo, na Serra da Mantiqueira e em Campinas.

O custo de distribuição do café era muito caro, porque além de estragar, caía semente pelo caminho.

Fatores de Produção:

  • Capitais eram reinvestidos na produção (mesmo se a produção não era rentável)
  • Trabalho: Mão-de-obra escrava
  • Terra, que era abundante para ao processo do café
  • Tecnologia, aperfeiçoa-se ao longo do tempo

Crescente consumo intencional de café, por isso produzimos cada vez mais. A demanda de café cresce com a Revolução Industrial, para os trabalhadores das fábricas produzirem mais. De 1850 a 1970 mais da metade da pauta de exportação brasileira é do café (em 120 anos é o principal produto).

Busca por mão-de-obra:

Mão de obra europeia. A mão-de-obra deixa de ser escrava para ser assalariada, com a forte imigração europeia. O governo italiano estimulou a imigração para América, já que a Itália não tinha colônias. A mão-de-obra assalariada trouxe maior dinamismo para economia.

Produtividade: maiores incentivos pessoais

Alternativa Econômica: maior dinamismo em busca por novas atividades

Dinamização das trocas comerciais com intensificação de fluxo monetário

Declínio do Café foi consequência da crise dos anos 1930, na qual houve superprodução de café com investimentos pesados. Com o declínio do café, há maior capacidade técnica.

Política de Valorização do Café

  • Socialização das Perdas: incentivo cambial Uso de câmbio para incentivar exportação, ou seja, governo não deixa cair a taxa de câmbio para não prejudicar exportação.
  • Convênio de Taubaté: Compra de estoques Quando o preço está baixo, o governo compra café e quando o preço está alto, o governo vende estoque. Em 1906 o Governo Federal passa a comprar excedentes da produção para manutenção dos preços.

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