Desde os meus 12 anos sempre procurava algo em que eu pudesse ganhar dinheiro porque meus pais não tinham condições. Terminei meus estudos com muitas dificuldades, às vezes ia à pé, de bicicleta e muitas vezes não tinha dinheiro para pagar um meio de transporte para ir para a escola.
O tempo passou e eu não parava em emprego algum e para ter uma renda extra, dava aulas de karatê em uma academia. Comprei uma apostila e estudava nos horários vagos e a levava comigo para onde eu ia. Tinha matéria que eu não entendia, ficava "quebrando cabeça" horas a fio tentando entender. Sempre estudei sozinho.
No primeiro concurso que eu fiz, passei. Inscrevi-me para dois cargos, agente de vigilância e auxiliar de serviços gerais, nível fundamental. No dia da prova me assustei com o tamanho da fila para entrar e apresentar os documentos. Passei nos dois cargos. Na época estava com 17 anos, prestes a fazer 18 e fui chamado para servir no Exército. Mas preferi assumir o cargo público mesmo sendo um salário menor do que no serviço militar, porque era garantia, enquanto aquele era temporário. A prova ocorreu em novembro de 2001, eram 50 vagas para 1.800 candidatos inscritos, passei em 23º lugar, errei apenas uma questão na prova toda e fui chamado para assumir o cargo em abril de 2002. Entrei com a idade mínima, tinha acabado de fazer 18 anos. Dos dois cargos, preferi ficar no de vigilante.
Entrei para a faculdade e desacelerei o ritmo de meus estudos para concurso público, mas não pretendo ficar onde estou. Formei-me recentemente em Letras e vou recomeçar a estudar com força total e sei que logo assumirei outro cargo público.