Depois de anos de ditadura e repressão o Brasil teve sua primeira eleição direta para presidente em 1989. O pleito dessa vez escolheria o sucessor de José Sarney. Vários candidatos estavam concorrendo, dentre eles, Lula, Leonel Brizola, Fernando Collor de Mello, Mário Covas e Paulo Maluf.
Durante as eleições presidenciais, que duraram dois turnos, Collor teve o apoio da direita conservadora e industrializada. Seu oponente no segundo turno foi Luiz Inácio Lula da Silva que representava a esquerda apoiado pelos sindicatos e os movimentos populares. Fernando Collor passava uma imagem de defensor dos mais pobres e opressor dos políticos corruptos. Fernando Collor foi eleito com 35 milhões de votos.
Quando ele assumiu o governo a ministra da fazenda Zélia Cardoso de Mello implantou o Plano Collor, medidas para controlar a hiperinflação. Preços e salários ficaram congelados e depósitos nos bancos foram confiscados por 1 ano e meio. Além disso, a medida previa a volta do Cruzeiro como moeda e redução dos órgãos e funcionários públicos.
Mas, essas decisões geraram desemprego e insatisfação popular. O presidente foi perdendo apoio no Congresso Nacional e aumentou a crise econômica no país. Depois foi lançado o Plano Collor II que previa outros cortes no orçamento e novamente gerou descontentamento na população brasileira.
O governo passou a receber diversas acusações e denúncias envolvendo ministros e assessores. Em 1992 Pedro Collor, irmão do presidente, denunciou um esquema de corrupção que era comandado pelo tesoureiro da presidência Paulo César Farias. O Congresso Nacional criou uma CPI para investigar o caso e foram encontrados indícios de envolvimento de PC Farias e Fernando Collor. Consequentemente foi aberto um processo de impeachment do presidente.
Nos meses seguintes o país passou a acompanhar todo o processo com manifestações pedindo a saída de Collor. Muitos estudantes foram às ruas com os rostos pintados de verde e amarelo e ficaram conhecidos como “cara-pintadas”. As manifestações ficaram cada vez maiores e o presidente isolado politicamente. Em setembro de 1992 o impeachment foi aprovado, mas o presidente renunciou em dezembro daquele ano.