Turismo, Copa e Olimpíadas
O fluxo internacional de mais de 5 milhões de visitantes que chegam ao Brasil é responsável pela entrada anual de 5,8 bilhões de dólares de divisas (2008). A grande maioria dos turistas (96,4%) afirma que pretende voltar outras vezes e considera a natureza e o povo brasileiro o melhor do país. O Brasil já ocupa o 7º lugar no mundo em número de eventos internacionais associativos e será sede da Copa do Mundo de Futebol da FIFA em 2014 e dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Verão em 2016, no Rio de Janeiro.
A partir dessa posição competitiva que já coloca o Brasil como um dos principais destinos emergentes do mundo, o país tem condições de alcançar, na próxima década, um novo patamar no turismo global.
Grandes eventos esportivos são, para o turismo de qualquer país que os recebe, uma grande oportunidade. A história tem vários exemplos de como um país pode impulsionar sua economia, transformar cidade e mudar ou melhorar sua imagem como destino turístico a partir da imensa exposição obtida durante um longo período antes, durante e depois da realização do evento. O legado de infraestrutura, mobilidade urbana, qualificação profissional e promoção internacional impulsionaram o fluxo turístico e de investimentos no setor por um longo período. Todas essas possibilidades, no caso do Brasil, são potencializadas pela realização, em um curto espaço de tempo, dos dois maiores eventos esportivos do mundo.
O Plano Aquarela 2020 - Marketing Turístico Internacional do Brasil traz os caminhos a percorrer, os objetivos a serem alcançados e as ações essenciais para que o turismo brasileiro avance com as grandes oportunidades de promoção e comunicação global nos próximos anos.
Os objetivos da promoção internacional, diante dessas grandes oportunidades, são:
Contribuir para o sucesso da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos.
Maximizar os resultados para o turismo brasileiro.
Otimizar a exposição mundial do país para torná-lo mais conhecido.
Eventos esportivos, para além dos jogos
As exigências das organizações esportivas, FIFA - Federação Internacional de Futebol e COI - Comitê Olímpico Internacional, para a realização de seus eventos, abrangem todos os aspectos para garantir alta qualidade técnica e de organização. Desde o plano de atendimento às famílias esportivas, à imprensa internacional, aos torcedores e espectadores até as estruturas esportivas, acessos, deslocamentos, transmissão e comunicação passam por análise rigorosa antes da aprovação das sedes dos eventos e, posteriormente, são apoiados e acompanhados por mecanismos eficientes de monitoramento. Por isso, um país-sede já se credencia como destino de qualidade para qualquer grande evento e esse processo já traz imensos benefícios ao turismo nacional e internacional.
Para além do período de realização dos jogos, os benefícios para a imagem do país como destino turístico se somam aos resultados econômicos e sociais que o país recebe antes, durante e depois desses mega-acontecimentos.
A Copa do Mundo da Alemanha trouxe 9 bilhões de euros a mais para o PIB do país e gerou 5 milhões a mais de pernoites de turistas estrangeiros e domésticos. E, do ponto de vista de imagem, significou um salto para o país, que colocou no centro da sua estratégia mostrar ao mundo seu lado amigável, criativo e as oportunidades de investimentos.
As estimativas para o Mundial de Futebol da África do Sul em 2010 são uma audiência acumulada de cerca de 30 bilhões de espectadores no mundo, e o pais deverá atrair cerca de 430 mil visitantes estrangeiros. A receita esperada para o turismo é de 1,5 bilhão de dólares (em dados de 2004) durante o evento, incluindo gastos de estrangeiros, patrocinadores, família FIFA e dos próprios sul-africanos.
As Olimpíadas de Sidney foram uma das melhores experiências em benefícios para o turismo de um país na história dos Jogos. Um número adicional de 1,7 milhão de visitantes e 3,4 bilhões de dólares em divisas chegaram ao país no período de 1997 a 2004. Mais do que isso, a marca Austrália avançou o equivalente a dez anos antes e durante os Jogos, com a nova forma pela qual o mundo passou a conhecer o país como destino turístico.
A estimativa dos órgãos de turismo britânicos é que os Jogos Olímpicos de Londres em 2012 devem gerar ganhos para o setor de turismo no Reino Unido na ordem de 2,1 bilhões de libras no período de 2007 a 2017.
As previsões iniciais da EMBRATUR, com base em experiências de outros países, indicam com número de cerca de 500 mil estrangeiros a mais em visita ao Brasil durante a Copa do Mundo. A realização dos jogos em doze cidades-sede será uma oportunidade para ampliar o conhecimento do Brasil além de seus grandes ícones, mostrar a diversidade turística natural e cultural e ainda ampliar para todas as regiões brasileiras as possibilidades de receber visitantes, aumentando sua permanência e seu gasto médio.
A perspectiva brasileira
Estudo realizado pela FIA - Fundação Instituto de Administração sobre os impactos socioeconômicos potenciais do Rio 2016, encomendado pelo Ministério do Esporte, aponta a chegada de cerca de 380 mil visitantes estrangeiros à cidade durante o evento, que devem gastar em hospedagem, alimentação, comércio e serviços cerca de 152 milhões de dólares.
Esses resultados confirmam o perfil diferenciado do turista estrangeiro que chega ao Brasil para participar de um evento específico. Pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas a pedido da EMBRATUR, em 2008/2009, indica que o visitante internacional que vem ao país para participar de um evento associativo tem gasto médio diário de 280 dólares. Para ter uma ideia da diferença, um turista de lazer gasta, em média, 68 dólares por dia.
A maioria dos participantes (92,57%) de eventos internacionais quer voltar ao Brasil. A pesquisa também detectou como os eventos internacionais geram negócios para outras áreas da economia das cidades que os recebem - e podem fazer com que os visitantes melhores a imagem que já têm da cidade, do país e ainda despertar o desejo de retornar em outras oportunidades para lazer e mesmo negócios. Em seu retorno, o visitante quer realizar atividades de lazer (75,62%) e negócios (28,97%).
Os eventos melhoram a imagem das cidades onde são realizados (44,92%). Esses números se multiplicam quando se trata de megaeventos esportivos, como a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos. Os resultados irão trazer benefícios diretos para o desenvolvimento das regiões turísticas brasileiras, atrair investimentos privados e públicos, gerar empregos, novos negócios e impulsionar o desenvolvimento econômico e social.
Novo plano para uma nova fase
O trabalho de diagnóstico e preparação para construir uma estratégia de marketing turístico na década da Copa do Mundo e das Olimpíadas no Brasil cumpriu uma série de etapas. Desde 2008, a Embratur trabalha com sua equipe de profissionais, realiza estudos, viagens, encontros e se prepara para conhecer o funcionamento e calendário da Copa do Mundo. Com a vitória, em outubro de 2009, da candidatura para sede dos Jogos Olímpicos Rio 2016, incorpora mais um grande desafio ao preparar as ações de promoção internacional do turismo brasileiro.
Um balanço dos resultados alcançados pela promoção internacional realizada pela EMBRATUR desde 2005, sob as diretrizes do Plano Aquarela, foi feito e, a partir deles, novas pesquisas com diversos públicos foram realizadas para traçar cenários futuros.O desafio é construir um Plano de Marketing que continue capaz de responder à necessidade de promover o país, aproveitar as oportunidades trazidas pelos grandes eventos esportivos e ao mesmo tempo dar continuidade ao trabalho de apoio à comercialização dos produtos e destinos turísticos brasileiros no exterior.
O Plano Aquarela 2020 deverá ser anualmente atualizado, de acordo com a evolução dos cenários externos e internos, bem como em função da concretização das metas anuais.
Objetivos estratégicos
O Plano Aquarela 2020 foi concebido para atender aos seguintes objetivos para o turismo internacional no Brasil:
Aprimorar e ter resultados de longo prazo no trabalho de promoção turística internacional do Brasil.
Envolver os setores público e privado do turismo nacional numa estratégia unificada do país para o exterior para melhor aproveitar as oportunidades do futuro.
Promover o Brasil como destino turístico global de forma profissional, com base em estudos, pesquisas e metas de resultados além de 2014 e 2016.
Aproveitar a realização dos grandes eventos esportivos mundiais para fazer o Brasil mais conhecido pelo mundo como destino turístico.
Eixos de atuação
Aprender com as experiências anteriores dos países que já realizaram os grandes eventos esportivos, sobretudo a forma como integraram as oportunidades para o turismo e a imagem do país. A participação nos programas de observação da Copa da África do Sul e das olimpíadas de Londres irão trazer novas possibilidades ao trabalho de promoção internacional do Brasil, permitir uma maior aproximação com dirigentes esportivos, relacionamento com a imprensa internacional e estabelecimento de um patamar de alta qualidade nas parcerias com a FIFA, o COI e os comitês organizadores brasileiros dos eventos.
Inovar na forma de maximizar os resultados para o turismo brasileiro, construindo uma experiência brasileira, levando em conta as particularidades do país e a oportunidade histórica de realizar, em um espaço de quatro anos, os dois maiores eventos esportivos do planeta.
Planejar e monitorar as ações, parcerias, resultados e novos desafios que surgirão de 2010 até 2020, para que o marketing turístico do Brasil tenha resultados efetivos nos objetivos de tornar o país mais conhecido, mais visitado pelos estrangeiros e garantir que o turismo seja uma atividade econômica cada vez mais importante para a geração de divisas e empregos.
Atualizar a imagem que o mundo tem do país. Os estrangeiros que já visitaram o Brasil têm opinião sobre o país bastante diversa daquela imagem que têm aqueles que não nos visitaram. Por isso, em um período em que os olhos do mundo se voltam para o país, com a grande exposição na mídia durante os quatro anos em que se realizarão os dois megaeventos esportivos, é fundamental promover uma mudança de percepção das pessoas de todos os cantos do planeta sobre o pais, seu povo, sua economia, seus produtos e seu papel no cenário internacional. Otimizar informações, melhorar canais de comunicação com a imprensa, utilizar a internet e seus infinitos recursos serão atividades agregadas às campanhas de publicidade e às ações de relações públicas a partir de 2010.
Proporcionar uma experiência sensacional aos turistas. Tornar inesquecível a experiência dos visitantes que virão ao Brasil para a Copa do Mundo de Futebol e para as Olimpíadas do Rio de Janeiro, aproveitar os grandes momentos para atrair visitantes a lazer, eventos e negócios nos próximos dez anos é uma tarefa que exige planejamento permanente e muito profissionalismo.
As informações sobre os roteiros alternativos que podem ser feitos antes ou depois dos eventos a serem fornecidos aos turistas estrangeiros devem ser organizadas em parceria com os operadores de turismo, especialmente com aqueles credenciados pela FIFA e pelo COI. Da mesma forma, ter sintonia entre os diversos órgãos de turismo de cidades, estados e governo federal será o segredo para otimizar esforços, fazer uma promoção profissional no exterior e obter resultados expressivos para todo o país.
A realização da Copa do Mundo de Futebol antes das Olimpíadas tem especial significado nesse cenário, pois irá permitir uma ampla divulgação e conhecimento do Brasil, e depois um posicionamento do Rio de Janeiro e benefícios para o país nos anos seguintes à Copa.
Com os Jogos Olímpicos, a cidade do Rio de Janeiro terá uma grande oportunidade para apresentar a diversidade de seus atrativos turísticos, as melhorias de seus produtos e serviços e sua permanente capacidade de renovação. Como grande ícone do turismo internacional do Brasil, a cidade pode ampliar sua capacidade de atrair visitantes de negócios, um número muito superior de eventos e grupos de incentivo de grandes empresas internacionais. E ainda poderá fortalecer a repetição das visitas a lazer e fidelizar ainda mais os turistas internacionais. Mais do que a cidade, o estado do Rio de Janeiro terá a possibilidade de atrair pessoas a outros lugares no entorno de sua capital e demais regiões.
E, mais significativo, o Brasil também será beneficiado com a realização do evento no Rio de Janeiro. Os visitantes que vierem para os Jogos devem ser estimulados a conhecer outros destinos brasileiros antes e depois do evento, experimentar sensações e viver experiências diversas de acordo com sua disponibilidade de tempo, recursos e preferências pessoais.
O conjunto de ações e esforços serão minunciosamente preparados e aproveitados em todo o seu potencial para transformar Copa e Olimpíadas em eventos do Brasil e do turismo brasileiro.
O cenário de futuro do turismo
Olhar para o desenvolvimento do futuro do turismo no mundo é uma das tarefas iniciais para estudar o posicionamento do Brasil e traçar as metas até 2020.
As previsões do turismo internacional feitas pela OMT - Organização Mundial do Turismo mostram que o crescimento do setor já é retomado em diversas regiões e a tendência área os próximos anos é de evolução positiva. Em 2020, cerca de 1,6 bilhão de pessoas devem viajar pelo mundo, o que significa um crescimento de 69% em relação a 2008. Para 2010, prevê-se um aumento entre 1 e 3%.
As perspectivas da OMT para a região das Américas como um todo é de crescimento superior: em 2020, a região deverá chegar a 282 milhões de viagens, um crescimento de 92% comparado a 2008. Haverá um crescimento ainda maior no caso de América do Sul, que deverá quase dobrar seu número atual (20,8 milhões de turistas em 2008).
No curto e médio prazos, os Estados Unidos (que são o principal destino das Américas) reformularam suas previsões de crescimento para 2010, entre 3% e 5% ao ano até 2013. Com isso, a aposta de todas as análises é de que os países sul-americanos, entre os quais o Brasil, podem atingir um lugar de ainda mais destaque no quadro das Américas.
Para traçar a posição do Brasil no cenário de crescimento é preciso levar em consideração o acesso ao país, em especial a situação da acessibilidade aérea. Analisando a situação atual, fica clara a dependência da via aérea para a chegada dos turistas internacionais ao país (73% via aérea e 25% via terrestre, dados de 2008).
O crescimento da saída dos brasileiros para o exterior também vai contribuir para incrementar a oferta de voos, como já aconteceu nos últimos anos. A acessibilidade aérea mundial e de nosso continente até 2020 também deve aumentar deforma importante. Os dados da ALTA - Associação Latino-Americana de Transporte Aéreo indicam que houve queda de apenas 0,4% no período de janeiro a agosto de 2009, e que o tráfego de passageiros, para a região e intrarregional, vai aumentar em média 6,6% ao ano até 2027.
O turismo marítimo, muito vinculado aos cruzeiros, deve experimentar um crescimento importante, como consequência do aumento do interesse pelo Brasil, das melhores condições de infraestrutura portuária que vêm sendo programadas e pelos eventos excepcionais que serão realizados no pais.
Tudo configura um cenário de melhoria da acessibilidade, além dos incrementos pontuais gerados durante eventos excepcionais como a Copa 2014 e as Olimpíadas Rio 2016.
Para o Brasil, é fundamental visualizar e valorizar os mais de acesso terrestre entre o pais e demais nações do continente sul-americano. As fronteiras atuais, sobretudo as da região Sul, responsáveis pela entrada de diversos viajantes dos países vizinhos, exemplificam como o turismo brasileiro de fronteiras é importante para o crescimento do número de turistas e, ao mesmo tempo, para a integração do continente. Novas vias de acesso para o Peru, Bolívia e Chile, por exemplo, abrem novos roteiros e contribuem para a diversificação de experiências e maiores possibilidade de acesso ao Brasil.
Desafios para a promoção
Se a importância desses eventos excepcionais para atrair o interesse mundial para o Brasil é indiscutível, especialmente para o turismo, alguns desafios da promoção internacional devem ser encarados desde a fase de planejamento.
A principal motivação que impulsiona o incremento do número e do gasto de turistas estrangeiros nos anos de realização dos eventos é o esporte. No caso do Brasil, pesquisas recentes realizadas pela EMBRATUR demonstram um interesse de participação também pela possibilidade de alegria e das festas de rua, mas o esporte é o principal atrativo. Este aumento de visitantes motivados pelos esportes, em destinos específicos, pode provocar uma queda do turista "clássico", que pode evitar viajar para o país-sede temendo um número excessivo de pessoas ou aumento de custos. É preciso, portanto, adequar as estratégias de comunicação para atender, atingir e esclarecer todos os públicos e, ao mesmo tempo, aproveitar as oportunidades associadas aos eventos.
A criação de produtos que sejam um mix esportivo-turístico para os públicos mais especializados - como organizadores de viagens de incentivos, operadores de pacotes esportivos vinculados às entradas aos jogos, convidados de patrocinadores internacionais, convidados especiais - é uma das formas de adequar oferta e demanda, com boa gestão internacional da informação turística do país e do relacionamento com a imprensa.
Aquarela 2020 - O desenho do plano
Quando foi concebido e colocado em prática, em 2005, o Plano Aquarela - Marketing Turístico Internacional do Brasil foi construído a partir de uma metodologia que buscava analisar a situação do turismo no mundo e no Brasil, para em seguida construir a estratégia e, a partir dela, um plano operacional que especificava quais ações, em quais países, seriam feitas.
Ao desenhar o novo plano para esta nova etapa, o caminho percorrido foi o mesmo e demandou pesquisas, estudos e envolvimento dos setores público e privado brasileiros. No início de 2009, a EMBRATUR começou a preparar os três passos fundamentais para chegar ao desenho do plano aqui apresentado.
A primeira fase foi de diagnóstico - Qual a situação atual, depois do trabalho realizado entre 2004 e 2009? Como se comporta o turismo no mundo e no Brasil? Qual a opinião do turista estrangeiro sobre o país? Como está a oferta turística de produtos e serviços para o mercado internacional? O que pensam os líderes do setor público e privado do turismo brasileiro?
A segunda fase foi de planejamento da estratégia - Qual a visão para 2020? Que objetivos e metas vamos perseguir? Que produtos vamos ofertar, em quais mercados? Que orçamento será necessário para cumprir nossos objetivos e atingir as metas?
A terceira fase foi dedicada ao plano operacional - Que ferramentas, que programas, que ações serão realizadas em cada país? Quais os mercados prioritários pra a promoção internacional, levando em conta a realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas no Brasil? Que agenda promocional será a mais adequada para aproveitar as grandes possibilidades de comunicação sobre o Brasil como destino turístico nesse período?
Diagnóstico - O ponto de partida
1. O mercado turístico global
A evolução do turismo global nos últimos anos foi de crescimento constante. Mesmo a desaceleração que aconteceu a partir do segundo semestre de 2008 em decorrência da crise econômica que atingiu o mundo começa a dar sinais de arrefecimento - e a Organização Mundial do Turismo já espera, em 2010, um crescimento, ainda que modesto, do fluxo de turistas. A OMT mantém, também, sua previsão para 2020 - de que quase 1,6 bilhão de viajantes se movimentem pelo mundo.
No mesmo período (2003 a 2008), a América do Sul apresentou crescimento superior ao de outras regiões da América Latina, como demonstrado no gráfico a seguir.
Evolução do Turismo Internacional - América do Sul e outros da América Latina
2. Brasil, situação atual
No Brasil, os resultados alcançados mostram uma evolução positiva tanto do número absoluto de turistas como das divisas, com destaque para estas, que apresentaram evolução de 132% de 2003 a 2008.
Evolução de turistas e divisas - Brasil
Tanto a origem dos turistas internacionais que visitam o Brasil como as motivações de viagens demonstram diversificação e uma importante participação do segmento de negócios e eventos, responsável por quase 1/3 da demanda internacional para o país.
Outro dado importante para análise da situação do país no mercado turístico global é o desempenho como destino de eventos internacionais. Em 2008, pelo terceiro ano consecutivo, o Brasil estava entre os dez primeiros países no ranking da ICCA - International Congress and Convention Association. Além de estar na sétima posição (em 2003, ocupava a 19ª), com 254 eventos realizados (contra 62 em 2003), mais cidades brasileiras passam a ser sede (45 cidades em 2008, contra 22 em 2003). Essa situação consolida o Brasil como um dos principais destinos de eventos associativos do mundo e mostra a crescente qualificação e melhoria de infraestrutura das cidades brasileiras para receber o turista de eventos - que é geralmente um formador de opinião, com renda média elevada e que tem um gasto diário bem superior ao turista de lazer.
Desde 2005, quando se iniciou a implantação do Plano Aquarela, o Brasil alcançou também uma meta fundamental - ser destino líder da América do Sul. E, nos mercados definidos como prioritários para a promoção internacional, o país atingiu, em 2008, a posição de líder em 15 países e é o segundo nos 6 restantes, comparado com seus competidores diretos da América Latina e Caribe.
Ou seja, hoje, o Brasil já atingiu o posicionamento que, em 2004, foi proposto para 2010: ser o destino líder da América do Sul e, em médio prazo, ser referência no turismo global. Outros detalhes dos resultados podem ser encontrados no apêndice deste documento.
3. O que pensa o turista estrangeiro
De 2004 a 2009, a EMBRATUR realizou, por meio de institutos de pesquisas qualificados, três sondagens qualitativas com turistas estrangeiros de 27 nacionalidades diferentes, no momento em que encerravam sua visita ao Brasil. As entrevistas foram realizadas nas salas de embarque dos aeroportos internacionais no momento de saída do país. A sondagem busca detectar tendências de evolução da imagem e a percepção da propaganda do destino turístico Brasil no exterior. Os principais resultados da mais recente, de 2009, foram:
O melhor do país é o povo brasileiro, que aparece nas citações de 45% dos entrevistados. Com destaque, também aparecem Belezas naturais/Natureza (23%), Praias/Mar (18%), Sol/Clima tropical (14%) e Diversidade (9%).
A qualidade dos produtos, para 68% dos entrevistados, a qualidade dos produtos é muito alta ou alta - uma evolução positiva em relação à pesquisa de 2006, quando esse percentual era de 57%.
Na opinião do turista, a propaganda do Brasil é emocional e geradora de imagens positivas.
37% dos turistas entrevistados que viram alguma propaganda sobre o Brasil associaram-na a alguma imagem positiva e 38% a sentimentos como vontade de conhecer, alegria.
A internet foi fonte para 63% dos turistas buscaram informações sobre o país na internet antes da viagem, e 13% acessaram o portal www.braziltour.com.
O site oficial do Brasil é avaliado como ótimo e bom por 74% dos turistas que o acessaram.
O conhecimento da Marca Brasil cresceu de 11% para 20% (entre 2006 e 2009), nível alto quando consideramos o pouco tempo desde sua implantação. As principais sensações associadas à marca são: brilhante e colorida, brasileira, alegre, natural.
Os principais desafios que se apresentam, em termos de imagem, segundo apurado pela pesquisa, se concentram na questão da segurança e da pobreza, as mais apontadas como ponto negativo pelos entrevistados. Além desses, aparecem telecomunicações e sinalização turística, como pontos de atenção.
4. A oferta de produtos turísticos brasileiros
Um dos desafios apontados pelo diagnóstico da oferta turística brasileira em 2004 foi a necessidade de ampliar o número de operadores que comercializavam destinos e produtos brasileiros, bem como diversificar o que era oferecido. A concentração da oferta nos quatro ou cinco destinos mais conhecidos era grande.
Por isso, um foco das ações determinadas pelo Plano Aquarela na época foi o trabalho com os operadores de turismo nos países emissores, para aumentar a oferta nas prateleiras de venda, apresentar novos roteiros e destinos. A situação em 2009 aponta uma evolução positiva da presença dos produtos brasileiros nas prateleiras, tanto no que diz respeito ao número de operadores como à diversificação de destinos.
120% foi quanto aumentou a oferta internacional de produtos brasileiros, segundo levantamento nos catálogos dos principais operadores turísticos do mundo.
5. A opinião interna
Em 2009 foi realizada uma série de reuniões com líderes do setor público e privado do turismo brasileiro e com representantes de entidades do setor para incorporar a opinião interna sobre o posicionamento desejado no futuro, os temas fundamentais e sugestões para a promoção, levando em conta a realização da Copa do Mundo Brasil em 2014 e dos Jogos Olímpicos Rio 2016.
Chama a atenção a grande ênfase dada ao profissionalismo como objetivo a perseguir e, ao mesmo tempo, como a maior fragilidade que poderá ficar exposta durante a realização dos eventos. Existiu um consenso importante sobre os pontos fortes de imagem - concentrados no binômio povo brasileiro e natureza, em toda sua diversidade - que devem ser aliados, na comunicação, à ideia de modernidade e capacidade de realizar, com competência e profissionalismo, os eventos.
Planejamento da estratégia - A visão do futuro
Para construir a estratégia de comunicação do turismo brasileiro para a promoção internacional foram usados os conteúdos que respondem a suas questões: O que queremos ser? O que vamos promover?
1. O que queremos ser: a visão 2020
A visão é a formulação da imagem desejada para o país no mercado turístico no longo prazo. Ou seja, como queremos ser vistos pelo mercado, pelo turista potencial, pelo mundo, no futuro? A resposta encontrada, a partir do diagnóstico, foi:
O Brasil é um país ao qual sempre temos que regressar. Um país extenso e intenso, onde encontramos e sentimos. Um país excelente e competente. Um país com grande diversidade natural e cultural. Um país com identidade própria, onde o povo define e marca esta diferença. Um país moderno, modelo de sustentabilidade. O Brasil é um país sensacional!
Baseado nesta mensagem desejada, foi definido um novo posicionamento ou imagem comparativa para o Brasil como destino turístico. Sem em 2004 o posicionamento era se diferenciar de seus principais concorrentes latino-americanos, a posição competitiva alcançada nos últimos cinco anos permite agora uma evolução em que o Brasil está em condições de competir com novos atores. O país passa a se comparar e competir com outros destinos líderes no turismo mundial, buscando consolidar a sua liderança, nos principais países, nos grandes segmentos.
A construção dessa estratégia no mercado internacional será feita a partir da segmentação para mercados-alvo. Ou seja, para cada região do mundo são definidos os principais competidores em cada segmento de promoção turística do Brasil.
2. Os objetivos do Plano Aquarela 2020
Ao analisar os objetivos estabelecidos pelo Plano Aquarela em 2004, para o cenário de 2010, é possível constatar que já foram alcançados:
- O Brasil é o destino líder no turismo da América do Sul;
- O Brasil faz parte do imaginário de latinidade, onde estão Argentina, México e Caribe;
- O Brasil é um dos dez destinos mais importantes do mundo na realização de eventos internacionais, de perfis variados;
- O Brasil está distanciando-se cada vez mais do imaginário exótico;
- A Marca Brasil já tem um reconhecimento e valor de mercado.
A partir de agora, seja do ponto de vista da promoção do turismo, seja pela realização dos grandes eventos esportivos, é necessário formular uma nova estratégia de futuro. Para continuar consolidando o que foi feito até agora e alcançar novos objetivos, é preciso:
1. Mostrar o Brasil como um país continental, imenso, com uma grande diversidade de oferta turística em segmentos e produtos;
2. Desenvolver uma arquitetura para a marca Brasil baseada em quatro eixos:
Destino Brasil, marca guarda-chuva que expressa o posicionamento global desejado pelo país como destino turístico;
Segmentos do Brasil, marcas para os segmentos prioritários de promoção, definidos segundo o número de turistas potenciais e que já visitaram o Brasil, a receita gerada por permanência e gasto diário, e a oferta disponível em patamar internacional, hoje e no futuro;
Produtos Brasil, que considera o apoio e a parceria dos grandes atores privados do turismo mundial no exterior - tais como operadoras, companhias aéreas, empresas internacionais líderes que operam produtos próprios no Brasil e os promovem no mercado internacional (hotelaria, resorts, cruzeiros, produtos especiais) e as empresas de eventos de diversos perfis;
Priorizar o fortalecimento do mercado latino-americano como emissor para o Brasil, mantendo a estratégia de diversificação de mercados europeus e norte-americanos.
Além disso, trabalhar para mudar o cenário competitivo do Brasil, implantando uma estratégia segundo a acessibilidade, considerando três regiões emissoras:
Mercados vizinhos, do continente americano, com uma cultura comum de latinidade;
Mercados intercontinentais, da Europa ocidental e incluindo também os Estados Unidos e Canadá;
Mercados muito distantes, com conexões e com uma acessibilidade difícil e que podem formar roteiros sul-americanos.
3. As metas para 2020
Para o cálculo das metas do número de turistas que podemos ter anualmente até 2020, são utilizados os dados disponíveis hoje e são feitas estimativas de crescimento anual, considerando a previsão de crescimento excepcional nos anos da Copa do Mundo Brasil 2014 e das Olimpíadas Rio 2016 e da tendência desse crescimento nos anos posteriores a esses eventos. Vale observar que, na estimativa, os dados de crescimento do número de turistas de países que receberam os dois grandes eventos foi analisado; assim como as diferenças existentes entre eles e o Brasil, tais como: países vizinhos, acessibilidade aérea e terrestre, tempo de voo até o país, situação enquanto destino turístico e de eventos em anos anteriores a esses eventos excepcionais.
O crescimento do Brasil deve liderar o desempenho previsto na América do Sul em 2009 e 2010, como assinala a própria OMT, na edição de outubro de sua publicação Barômetro do Turismo Internacional. Estima-se para o Brasil um crescimento de 1% acima do previsto para o conjunto da América do Sul para 2009 e 2010, a partir dos patamares de 2005.
O crescimento dos anos 2014 e 2016, segundo dados das edições anteriores da Copa do Mundo e de Jogos Olímpicos, é aproximadamente de 15% sobre o ano anterior, mas para a tendência de futuro aos anos seguintes à sua realização, essas taxas de crescimento não são consideradas. Grande parte da oferta de voos nos anos de realização dos eventos será por meio de fretamentos e haverá um pequeno aumento dos voos regulares, o que deve levar a uma queda do número total de visitantes nos anos de 2015 e 2017, em relação aos anos anteriores.
Para o aumento dos gastos dos visitantes, o esforço de aumento da permanência, dos roteiros integrados, a apresentação do país e sua diversidade deverão acontecer junto com o aumento dos negócios, dos turistas por motivação de esportes, eventos e incentivos. Todos são clientes com gastos médios superiores aos de lazer.
Com esses pressupostos, as metas numéricas mais importantes para o período são:
Aumentar em 113% o turismo internacional de 2010 a 2020.
- aumentar em 304% a entrada de divisas com os gastos dos estrangeiros no Brasil de 2010 a 2020;
- aumentar em 500 mil turistas no Brasil, no ano da Copa 2014; e em 380 mil no ano dos Jogos Olímpicos Rio 2016 sobre os anos anteriores;
Crescimento anual sustentado - Metas
As condições necessárias
Para atingir os objetivos e metas propostos, um investimento em marketing necessário deve ser disponibilizado.
Em um contexto de crescimento do turismo, os países estão aumentando seus investimentos promocionais no mundo. Para que o Brasil se mantenha e avance no cenário competitivo, é importante ter um investimento por turista, no mínimo, equivalente ao dos países que são seus concorrentes diretos. É também importante garantir um orçamento de marketing equivalente a 1% da receita marginal gerada a cada ano sobre o ano anterior, pelo turismo no Brasil, além dos orçamentos extraordinários que devem ser dedicados à Copa do Mundo Brasil 2014 e às Olimpíadas Rio 2016.
No ano 2010, estima-se um investimento mínimo de 140 milhões de reais, nos quais já está incluído o orçamento especial de lançamento da promoção turística da Copa Brasil 2014, que se inicia assim que for encerrada a Copa 2010 da África do Sul. A partir de 2010, o investimento previsto é de 25 reais por turista, em valores de 2009.
Nos anos seguintes, o orçamento necessário será calculado de acordo com as estatísticas de receita gerada e com os novos dados de investimento competitivo que se apliquem ao mercado em função da evolução turística regional e mundial.
4. Países prioritários: onde promover?
O investimento por países e o estabelecimento de prioridades combina dois elementos: a estratégia regional definida (mercados vizinhos, intercontinentais e muito distantes) e a formulação das prioridades por países (de acordo com os níveis de atratividade para cada país e a posição competitiva do Brasil diante de seus concorrentes).
Dessa forma, são usados vários fatores para definir os países prioritários. O primeiro são as possibilidades de crescimento de cada país emissor, ou atrativo do mercado. Este fator valoriza o número de turistas de cada país e a receita gerada pelos gastos de acordo com a motivação e permanência média no Brasil. Considera também a capacidade de crescimento de mercado em cada um dos países, tanto o aumento do número de visitantes como da receita. O segundo fator é a posição competitiva, ou seja, a capacidade de crescimento do Brasil em cada mercado, e também as restrições impostas a este crescimento, derivadas do acesso aéreo ou terrestre.
É importante esclarecer que, desde 2007, independentemente do orçamento, uma condição para o estabelecimento de prioridades é a existência de acessibilidade direta - dessa forma, todos os novos voos diretos ou novos acessos terrestres passam a ser considerados.
A partir desses critérios, a matriz de prioridades estratégicas foi determinada com a indicação, por cores, dos países prioritários.
Países Azuis: pelo seu volume atual ou sua importância para o turismo mundial, bem como pela acessibilidade e interesse pelo Brasil são considerados de altíssima prioridade.
Países Verdes: pelo seu volume atual e pela predisposição para viajar ao Brasil, são também de alta prioridade.
Países Amarelos: hoje representam um volume pequeno, mas podem crescer devido ao interesse pelo Brasil.
Países Brancos: têm hoje um volume pequeno, mas podem constituir-se em oportunidades a serem consideradas. Seu desenvolvimento deve ser monitorado e, de acordo com as circunstâncias, resultar em ações pontuais de oportunidade.
O plano de ação
O planejamento da promoção turística internacional do Brasil atende tanto à continuidade das ações desenvolvidas nos países prioritários para ampliar a presença do país em termos de comercialização e imagem como uma série de inciativas que integram, à promoção, as oportunidades geradas com a realização da Copa e das Olimpíadas.
Todas as ferramentas de que a EMBRATUR dispõe estarão à disposição deste planejamento integrado, trabalhando os públicos internacionais que devem ser abordados - o mercado turístico, a imprensa internacional e o consumidor final.
1. Alinhamento de ações
A promoção internacional envolve diversos atores, várias políticas públicas e parceiros da iniciativa privada necessários para enfrentar o desafio de comunicação do país como destino turístico na próxima década. Para isso, o alinhamento de políticas, ações e planejamentos será essencial para garantir resultados. O plano de ações para este alinhamento envolve:
Alinhamento com as políticas gerais do Ministério do Turismo no planejamento e execução das atribuições do turismo para a Copa, por meio do Grupo de Trabalho designado para esse fim.
Trabalho interno da EMBRATUR para a preparação e coordenação do Plano Aquarela 2020 - Marketing Turístico Internacional do Brasil, que passou a incorporar a Copa do Mundo a partir do planejamento de 2008 e as Olimpíadas a partir de 2009, com todas as suas particularidades e cronogramas próprios.
Os principais aspectos abordados foram:
Definição do cronograma de trabalho da equipe da EMBRATUR; a interface com a equipe do Ministério do Turismo; e o cronograma de reuniões e alinhamento com outras áreas do Governo Federal inicialmente Ministério do Esporte, APEX Brasil - Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, SECOM - Secretaria de Comunicação da Presidência da República e Ministério das Relações Exteriores.
Início da construção de parcerias com as entidades líderes do trabalho local com a Copa do Mundo de Futebol FIFA e os Jogos Olímpicos: a CBF - Confederação Brasileira de Futebol, por meio do LOC - Comitê Organizador Local; e o COB - Comitê Olímpico Brasileiro, por meio de seu comitê local.
Realização de seminários internos envolvendo diretores e gerentes da EMBRATUR, com a participação da consultoria Chias Marketing, para elaboração do primeiro documento de planejamento, cronograma de atuação e grandes temas a cargo da EMBRATUR para a Copa do Mundo Brasil 2014, em março de 2009, e para os Jogos Olímpicos Rio 2016, em novembro de 2009.
Elaboração de notas técnicas e do documento referencial que orienta o trabalho de construção do Plano Aquarela 2020 - Marketing Turístico Internacional do Brasil.
- Reuniões e visitas externas, com destaque para:
Viagens realizadas de estudos e aprendizado de melhores práticas à Alemanha e África do Sul. Reuniões realizadas com a FIFA para compreensão do calendário mundial do futebol, funcionamento da Copa e adequação à realidade brasileira.
Reuniões com a South Africa Tourism (Copa 2010) para troca de informações, experiências e assinatura de um acordo de cooperação entre o Brasil e a África do Sul no campo do turismo.
Participação na Copa das Confederações na África do Sul, para observação de práticas quanto ao turismo e reconhecimento de possibilidades de promoção durante a Copa de 2010.
Reunião e preparação de acordo de cooperação entre a EMBRATUR e o Visit Britain (Olimpíadas 2012) para troca de experiências entre o turismo brasileiro e inglês em novembro de 2009.
Realização, em parceria com o Comitê Local da Copa 2014 CBF / FIFA do III Seminário das Cidades-Sede, com o tema Promoção do Turismo, em novembro de 2009.
Participação no SOCCEREX, feira de futebol realizada na África do Sul, em novembro de 2009, em parceria com o Ministério do Esporte e cidades-sede brasileiras.
- Fase de diagnóstico e pesquisas que subsidiaram toda a elaboração do Plano Aquarela 2020, que incluíram:
Pesquisa com o turista estrangeiro que visita o Brasil para verificar como a imagem do país mudou desde 2004 e como está atualmente nosso posicionamento - julho 2009.
Novas Pesquisas adquiridas pela EMBRATUR de institutos internacionais sobre comportamento de mercados emissores para o Brasil e seus concorrentes - junho 2009.
Pesquisas com operadores de turismo estrangeiros com o propósito de verificar a presença do Brasil como destino turístico enter os distribuidores no exterior - julho 2009.
Pesquisa de demanda internacional 2008 realizada pelo Ministério do Turismo, por meio da FIPE - outubro 2009.
Reuniões setoriais de turismo do Brasil, com os diversos segmentos, entidades e líderes do setor público e privado, para identificar sugestões, preocupações e interagir no processo de elaboração do Plano Aquarela 2014 - junho e julho 2009.
Relatórios de imagem do Brasil como destino turístico no exterior com análise do período 2005 a 2009. Os documentos foram elaborados com os recursos do programa de relações públicas, da ferramenta Monitor Brasil e assessoria de comunicação da EMBRATUR.
A agenda 2010
O cronograma de ações preparado para 2010 será o ponto de partida para aproveitar as grandes oportunidades que começam, a partir do encerramento da Copa da África do Sul, com o período de grande exposição do Brasil como sede da Copa do Mundo FIFA Brasil 2014.
Janeiro a Julho
Preparação das ações em parceria entre o Ministério do Turismo, Ministério do Esporte, APEX, EMBRATUR e CBF, que serão executadas durante o mundial da África do Sul para dar o início à promoção do Brasil como sede da Copa de 2014.
Início da agenda de promoção comercial do Brasil no exterior - que compreende ações da campanha de publicidade nos países prioritários, ações de relações públicas com a imprensa internacional e eventos de apoio à comercialização no exterior.
Participação para observação de melhores práticas e aprendizado nas Olimpíadas de Inverno de Vancouver; estabelecimento de troca de experiências com o turismo do Canadá.
Realização de visita à Austrália para conhecer a experiência do Tourism Austrália na Olimpíadas de Sidney 2000.
Preparação da Campanha global de congratulações à África e convite para visitar o Brasil Sensacional 2014, a ser veiculada a partir de julho 2010, logo após o encerramento da Copa da África do Sul.
Realização de ação de relações públicas com operadores de turismo, empresários estrangeiros e jornalistas da imprensa internacional convidados para o carnaval do Rio de Janeiro, em parceira com a APEX.
Apresentação no Brasil da nova campanha publicitária que será veiculada a partir de julho de 2010 ao final da Copa da África do Sul.
Lançamento dos programas especiais de promoção internacional para a Copa do Mundo Brasil 2014 e os Jogos Olímpicos Rio 2016: relações públicas; apoio à captação e promoção de eventos associativos e esportivos e grupo de incentivos.
Entrega às cidades-sede, pela EMBRATUR, de um kit de material promocional e informativo unificado, com a mesma mensagem e identidade visual, a ser usada no exterior a partir de julho de 2010, a saber:
- edição especial de livro para apresentar o Brasil e as 12 cidades-sede da Copa em quatro idiomas: inglês e francês, que são os idiomas esportivos, além do espanhol e português;
- vídeo especial sobre o Brasil e as 12 cidades-sede para utilização no exterior, também em quatro idiomas;
- página web especial, em quatro idiomas, sobre a Copa do Mundo para apresentação do Brasil e das 12 cidades-sede. Essa página especial será utilizada para incorporar todas as notícias e informações sobre o turismo no Brasil para os estrangeiros que desejarem vir à Copa em 2014;
- banco de imagens sobre o Brasil e as 12 cidades-sede para utilização pelos órgãos de turismo brasileiros, entidades esportivas, imprensa internacional e empresas.
Julho a Dezembro
Com o encerramento da Copa da África do Sul, inicia-se a promoção do Brasil como sede em 2014. O plano operacional inclui ações na África do Sul e países selecionados, de acordo com a prioridade estabelecida pelo Plano Aquarela e com as oportunidades específicas geradas por eventos ligados à Copa do Mundo de Futebol.
Na África do Sul
Durante a realização do evento, o Brasil terá espaços para exposição e relacionamento com públicos específicos, como imprensa, formadores de opinião e família esportiva, além do grande público presente aos jogos e eventos. Especialmente, o programa de relações públicas terá a função de atuar com a imprensa credenciada e não credenciada na África do Sul para disponibilizar conteúdos e imagens sobre o Brasil como sede da Copa 2014.
O Espaço Brasil, durante a realização da Copa da África do Sul, será compartilhado por todos os atores públicos nas diversas esferas, além da família esportiva brasileira. As ações incluem acompanhamento dos jogos da seleção brasileira em ações de rua, exposição de produtos brasileiros em espaços comerciais e eventos culturais que possam mostrar a diversidade brasileira e a alegria da nação que receberá a Copa em 2014.
Pelo mundo
Realização de eventos de promoção do Brasil como sede da Copa de 2014 no período de encerramento da Copa de 2010, acompanhando os eventos funfest da FIFA.
Início da campanha de comunicação global do Brasil como sede da Copa 2014, incluindo publicidade e ações de relações públicas em diversos países.
Os programas de comunicação digital e de relações públicas estarão, a partir desse momentos, atuando de forma intensiva e com permanente atualização, trazendo interação e realizando ações criativas sobre o turismo do Brasil para o mundo.
A agenda 2010/2012 e 2012/2016
Até 2012, teremos um período de exposição moderada. Até a realização das Olimpíadas de Londres, em 2012, a atenção da mídia esportiva mundial estará concentrada nesse evento. Também a realização da Eurocopa, nesse ano, atrai a atenção dos europeus ao próprio continente. Os patrocinadores estarão ainda com seu foco concentrado nesses eventos.
No entanto, a Copa do Mundo no Brasil já estará em pauta, o que exigirá um plano de exposição de marketing e grande atividade de relações públicas, com monitoramento e fornecimento de conteúdos sobre as medidas que estarão sendo tomadas para receber a Copa do Mundo de Futebol no Brasil.
Um momento que exigirá uma ação mais ofensiva será a realização dos Jogos Mundiais Militares em 2011, no Rio de Janeiro, que deverá atrair o mundo e a imprensa esportiva para o que pode ser considerado um primeiro teste para a cidade que realiza as Olimpíadas em 2016.
Ao fim dos Jogos Olímpicos de Londres, o próximo grande evento será a Copa 2014 no Brasil, quando o país atrairá toda a atenção da mídia internacional, iniciando o período de exposição intensa. A campanha publicitária e as ações de relações públicas deverão ser intensificadas. Em 2013, durante a realização da Copa das Confederações no Brasil, o turismo brasileiro poderá fazer um ensaio de relacionamento com a família esportiva, os convidados e patrocinadores, e também com a imprensa internacional. Esse será um momento importante para fazer ajustes e alinhamentos finais para o ano seguinte.
Como o Brasil também será sede das Olimpíadas, o momento de maior impacto de exposição de imagem do Brasil será entre 2012 e 2016, quando todas as ferramentas de promoção turística deverão estar em atuação plena.
Também nesse período, todos os temas relacionados à imagem do Brasil que são maiores do que o turismo deverão ser coordenados e voltados para uma estratégia única do país. Este esforço envolverá especialmente os setores de relações internacionais, exportações, cultura, turismo, esporte e atração de investimentos.
Os públicos para atenção especial na Copa
A partir de 2010, a elaboração e o fornecimento de conteúdo, imagens e informações sobre o turismo no Brasil estarão direcionados para públicos específicos. Com a aproximação da realização da Copa do Brasil, o atendimento a esses clientes será aprimorado e intensificado.
Os principais públicos internacionais para atenção do turismo são:
Torcedores que seguem seus times, farão turismo na própria cidade dos jogos e irão visitar lugares do Brasil segundo a classificação e intervalos entre jogos.
A imprensa esportiva e generalista credenciada e não credenciada.
As federações e times de futebol;
Os visitantes que estamos chamando de turistas da Copa.
Pela situação geográfica do Brasil no mundo, o turismo deverá ficar concentrado no próprio país, diferente do que ocorreu, por exemplo, na Copa Alemanha, quando o visitante poderia facilmente chegar a outros países europeus. para esses turistas, o produto principais a ser trabalhado deverá ser o "Brasil 21", roteiros formatados especialmente com as 12 cidades-sede dos jogos. No escopo dos turistas da Copa, destacam-se os públicos de incentivos e grupos especiais gerados a partir de iniciativas de empresas. Ainda neste âmbito, deve ser considerada a relação com os patrocinadores oficiais FIFA.
No planejamento da oferta de roteiros, é importante registrar que há um primeiro "término" da Copa do Mundo quinze dias depois de seu início, quando metade das seleções sai do campeonato. Nesse momento, restarão apenas um conjunto de torcedores que se deslocam para as outras cidades para assistir aos jogos entre os países classificados para a próxima fase da Copa. Aqueles cujas seleções forem eliminadas são o público potencial que deve ser trabalhado no pré e durante o evento, para incentivá-lo a conhecer o Brasil. Serão também trabalhados os públicos de países que irão passar com certeza à segunda fase, com o mesmo objetivo de fazer com que pelo menos 25% dos estrangeiros viajem pelo Brasil antes ou depois da Copa.
O marketing internacional das cidades-sede, organizado desde já e atualizado anualmente com a grade de produtos de cada estado, será o principal instrumento de trabalho envolvendo a EMBRATUR, os órgãos de turismo e a comunicação internacional. Serão trabalhados também os roteiros integrados para o mercado internacional de acordo com os destinos brasileiros, as definições de chaves dos jogos e as eliminatórias. Os roteiros poderão ser customizados por país, dependendo do nível de conhecimento do Brasil e, sobretudo, das nacionalidades e lugares de jogos de cada país.
O foco de atuação no exterior para o período da Copa será com a rede de vendas dos operadores oficiais da FIFA, no sentido de apoiar a comercialização dos produtos turísticos do Brasil e as possibilidades de roteiros que serão apresentadas.
Rio, cidade maravilhosa e olímpica
A cidade do Rio de Janeiro deverá ter especial atenção no período de grande exposição na mídia mundial e, especialmente, durante a realização da Copa do Mundo de Futebol FIFA Brasil 2014. Todos os acertos, desafios e temas relacionados à cidade terão grande atenção da imprensa mundial e, consequentemente, repercussão para o turismo brasileiro e, especialmente, para a realização dos Jogos Olímpicos.
Um tratamento especial da área de relações públicas deverá ser organizada, em parceria com a cidade e o estado, assim como a colocação em prática de um posicionamento de imagem de 2010 até 2016.
A partir de 2010, os estudos e pesquisas sobre as edições das olimpíadas em outros países irão trazer grande contribuição para que o Plano Aquarela 2020 incorpore em detalhes o papel do turismo no período de realização dos Jogos. Importante deixar registrada a certeza manifestada por todos os atores locais e nacionais do turismo e também dos gestores públicos e privados do Comitê Local dos Jogos Rio 2016 para a construção de uma experiência e um legado para todo o Brasil.
Essa determinação tem grande significado para a maximização dos resultados gerais dos Jogos e, sobretudo, para o aproveitamento das grandes oportunidades que o evento trará para o turismo.
Orientações gerais e esclarecimentos para 2020
Sobre o nome Plano Aquarela 2020 - Marketing Turístico Internacional do Brasil: O plano denomina-se Plano Aquarela, pois a essência, a estratégia e o conteúdo da promoção internacional não mudam em relação ao que a EMBRATUR realiza desde 2004, quando o Plano foi concebido. Marketing turístico, pois o foco é o turismo e a imagem do país, e não o futebol ou os esportes olímpicos.
Sobre a agenda de ações: Será compartilhada com o calendário oficial da CBF / FIFA e do COI / COB. Os calendários FIFA e COI são os pontos de partida para a definição dos momentos e dos locais de atuação de promoção internacional do turismo e das decisões a tomar com esses parceiros.
A EMBRATUR terá um blog para compartilhar sua atuação de promoção internacional a partir do lançamento deste documento, assim como para atualizar a agenda de ações no exterior.
Anualmente, esse planejamento deverá ser monitoriado, revisado e atualizado para que todas as experiências e novos estudos possam ser utilizados para companhar resultados e definir novas etapas de trabalho.
2007
- Escolha do Brasil como sede da Copa do Mundo de Futebol FIFA em 2014.
2008
- Jogos Olímpicos e Para Olímpicos 2008, em Pequim / China.
- O Adventure Travel Summit é realizado pela primeira vez fora da América do Norte, em São Paulo / SP;
- O Brasil é eleito o melhor destino de Aventura para 2009 - Revista National Geographic;
- Casa Brasil, em Pequim / China - Promoção dos destinos turísticos brasileiros em Pequim / China e suporte a promoção da candidatura do Brasil como sede dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos em 2016.
2009
- Anúncio das cidades sede da Copa do Mundo de Futebol FIFA, no Brasil em 2014.
- Decisão do COI: Rio de Janeiro sede dos Jogos Olímpicos e Para Olímpicos 2016.
- Plano Aquarela - Início do processo de planejamento para revisão e atualização de diretrizes e metas.
- Aprendizado com as melhores práticas - viagem à Alemanha (Copa do Mundo).
- Aprendizado com as melhores práticas - viagem à África do Sul (Copa do Mundo).
- Plano Aquarela - Fase de diagnóstico e pesquisas de opinião interna e dos turistas internacionais sobre o Brasil;
- Realização de reuniões com instituições públicas e privadas do setor de turismo no Brasil.
- Lançamento do Plano Aquarela 2020 - Marketing Turístico Internacional do Brasil.
2010
- Jogos Olímpicos de Inverno - Vancouver / Canadá.
- Copa do Mundo de Futebol FIFA - África do Sul;
- Programa de observadores FIFA na África do Sul;
- O Brasil recebe a bola da África do Sul.
- Viagem de aprendizado com as melhores práticas - Vancouver / Canadá.
- As cidades sede recebem da EMBRATUR material promocional e informativo, com mensagem e identidade visual unificada, para promoção internacional;
- Lançamento do site Brasil e 12 Cidades Sede;
- Início da implantação do Programa Brasil Eventos ICCA e eventos esportivos; Início das ações de promoção da Copa do Mundo de Futebol FIFA Brasil 2014, na África do Sul, com o lançamento de campanha global do Brasil;
- Eventos do Brasil na África do Sul e no mundo;
- Viagem de aprendizado com as melhores práticas Copa do Mundo de Futebol FIFA - África do Sul.
2011
- V Jogos Mundiais Militares Rio 2011 - Rio de Janeiro / Brasil.
- Relatório de monitoramento das ações a de promoção internacional;
- Preparação do Brasil e das 12 cidades sede para informar ao mundo as oportunidades da Copa do Mundo 2014 no Brasil.
2011 / 2012
- O Brasil divide a atenção mundial com a cidade de Londres - período de exposição de imagem moderada.
2012
- Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Londres;
- Programa de observadores COI em Londres / Inglaterra;
- Cerimônia de encerramento de Londres - O Brasil recebe a chama Olímpica;
- Evento de chegada das bandeiras Olímpica e Paraolímpica - Rio de Janeiro;
- Eurocopa (Ucrânia e Polônia) Viagem de aprendizado com as melhores práticas - Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Londres;
- O Brasil está no centro da atenção mundial - Intensificação das ações de promoção e da exposição do país no mundo;
- Realização de ações promocionais em Londres.
2013
- Copa das Confederações no Brasil - ensaio geral para a Copa 2014;
- Final da classificação dos países para a Copa do Mundo de Futebol FIFA, Brasil 2014;
- Grande exposição de mídia do Brasil no mundo; Definição das cidades sedes das seleções no Brasil.
- intensificação das ações de promoção nos países classificados para a Copa 2014;
- Oferta de roteiros e informações específicas sobre as cidades sedes e sobre outros destinos brasileiros para o trade, a imprensa e os turistas estrangeiros.
2014
- Congresso Mundial da FIFA no Brasil;
- Copa do Mundo de Futebol FIFA no Brasil;
- Grande exposição de mídia do Brasil - Audiência acumulada: 28 bilhões de expectadores em todo o mundo.
- O Brasil mostra ao mundo porque é Sensacional!
- Intensificação das ações de Relações Públicas.